E eu queria (ou quero, na verdade).

  Quero dar tchau pra você na saída do trem e quando olhar pra trás, ver você ali, naquele lugar em que nos despedimos, me olhando, esperando eu sumir no meio da multidão.

   Ou simplesmente ver você pedindo licença todo atrapalhado pras pessoas, tentando me alcançar.

   Quero intimidade, mas não quero compromisso. Quero ser sua mas ainda ser a "caçula".

   Quero te pedir beijos com os olhos, pedir carinho com os lábios e uma dose sutil de sacanagem com as mãos.

   Quero que me faça perguntas, muitas perguntas! Para eu poder dar meias respostas e você perguntar mais, só porque gosto da sua voz, do tom que ela tem, da sua boca aveludada.

   Quero seu toque, não só em um abraço inocente, quero sua mão passeando na minha pele. Quero que repare no meu perfume e comente sobre o mesmo, quero sentir sua respiração, seu corpo... Quero te sentir.

   Quero mão na cintura, mão na nuca enroscada nos (meus) cabelos, poder confiar, me soltar e te agradar.

   Quero te fazer sorrir, só rir, te amar. Fazer você sentir o que sinto, fazer teus gostos, acariciar seu rosto, sentir sua barba, passar os dedos pelos fios dos seus cabelos.

   Quero unhar você, morder, chupar, deixar marcas que só nós vamos saber onde estão. Sussurrar no seu ouvido um gemido comprido, te enlouquecer sem perigo.

   Quero brigar com você, fazer birra e quando virar as costas batendo o pé, você puxar meu braço e me entorpecer no veneno do seu beijo.

  Quero deitar no seu peito e adormecer ao som das batidas do seu coração enquanto me aninho na segurança dos seus braços.

  Quero deitar minha cabeça no travesseiro a noite e duvidar se o que aconteceu foi real, rolar na cama de alegria e acordar cedo no dia seguinte feliz por sua causa.

Fonte: The Theory Of Dance